quinta-feira, 22 de maio de 2008

La Feria de Granada

Essa semana, em Granada, acontece a Feria del Corpus Christi.

Em resumo, é uma festança com decoração bem kitsch, que dura quase 24 h por dia (começa ao meio-dia e vai madrugada a dentro), onde TODA a cidade comparece em peso. Muitos chegam tipo, às 15h e só saem de lá às 7h da manhã (sim, esse horário aqui é considerado madrugada!)

É engraçado ver as meninas/moças/senhoras vestidas com a roupa típica flamenca, uma flor gigante na cabeça (leia-se: no topo do cucuruto), xales, leques, e tudo o mais. Fora as roupas novas que todo mundo deve mandar fazer, exclusivamente para esta festa.

Teoricamente, o dia de Corpus Christi é hoje, e só hoje! Mas, como todo feriado espanhol, dura uma semana. É, uma semana mesmo. Raramente, praticamente nunca, um feriado aqui dura um ou dois dias. Sempre se faz um "puente". Só que aqui, o "imprensado" deles, imprensa toda a semana...

No "Recinto ferial", tem aquelas coisas comuns a toda grande feira: tem o parque de diversões, as barracas com tiro-ao-alvo pra ganhar um ursinho - e afins - tem as barracas que vendem biritas, algodão-doce, pipoca, etc. Tem a "rua das boates" também: tendas gigantes com o "tum ti tum ti tum ti", além de muitos convites a bebidas grátis ou descontos. Enfim, é O acontecimento granadino.

A festa começou na segunda-feira, dia 19, e vai até domingo, dia 25. Até lá, muitos ônibius feriais vão estar entupidos, muitas rosas no cabelo serão vistas e muita gente borracha (bêbada) cairá pelas ruas...


Só para ter uma idéia:
Entrada da festa: imitando um dos castelos da Alhambra
luzes...
e mais luzes.
barraca de ursinhos e afins

Eu e as Fer's debaixo do troço iluminado

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Semana Santa em Granada


*de 14 a 24/04/08.
A “Semana” Santa aqui na Espanha dura 10 dias. É... 10 dias mesmo! O povo aqui adora um feriadão (super) prolongado. Mas também, algumas regiões são mesmo muito religiosas, como a Andalucía (onde está Granada). São milhares de procissões por dia pela cidade, saindo de todas as igrejas, de todos os santos que você imaginar (e não imaginar).

A cidade fica cheia, com a população em peso pelo centro, e também milhares de turistas. Fica com um ar muito festivo e a galera realmente se prepara para esta semana. Todo mundo de roupa nova, arrumados e empolgados. A maioria das procissões são bem parecidas: tem sempre uma banda que toca umas marchas, que parecem não variar muito de uma pra outra; tem as “cofradías”, que são como “carros alegóricos” onde vão os santos (todos enfeitados, com pompa, com muitas flores e velas); os homens que ficam debaixo dos pesadíssimos (imagino) carros, carregando-os – como um sacrifício “necessário” – tem os caras encapuzados levando velas gigantes, em que as crianças recolhem a cera que cai delas numa bola endurecida, que vai crescendo a cada ano (fruto do mesmo ritual na semana santa) e tem as mulheres vestidas de viúvas espanholas, com aquele pente na cabeça, com um véu preto, assim como toda a roupa (e levando velas também). E as pessoas em geral aplaudem, vibram.

As procissões mais curiosas e interessantes (pelo menos para quem não é religioso) são: a dos ciganos (gitanos) e a do silêncio. A dos ciganos é a que atrai mais gente, pela alegria deles e pela beleza do caminho que é percorrido. Eles sobem o Sacromonte (bairro cigano que fica numa parte alta da cidade) com os carros pesados e fazendo-os “dançar”, passam pelo caminho alguns deles cantando e dançando flamenco no meio da rua e, quando olhamos para cima, para as “casa-cuevas”, vemos toda a gente animada ao redor de fogueiras. Para a santa eles gritam: “Gitaaaana: Guapa! Gitaaaana: Guapa! Gitaaaana: Guapa!/ Gitana, gitana, guapa, guapa, guapa!”. É uma manifestação muito bonita e alegre. Termina em uma dos pontos mais altos, a Abadia del Sacromonte, onde eles deixam a santa. Apesar de todo o cansaço, toda a chuva que caiu, o frio, as subidas intermináveis e 6 horas andando sem parar, valeu à pena e foi divertido.

A Procissão do Silêncio foi a última que eu vi. Era estranha e sinistra, bem interessante. A cidade apaga todas as luzes dos postes por onde ela passa. Nela vão, obviamente, todos em silêncio, ao som de um único tambor que ressoa forte, como que para marcar o ritmo dos passos, mas também parece algum ritual da Idade Média onde alguém ia ser sacrificado... Hehehe! As pessoas vão todas encapuzadas, de preto dos pés à cabeça, levando velas gigantes, depois outros levando Jesus crucificado, outros levando a santa e, logo atrás, outros encapuzados carregando cruzes e com os pés acorrentados. Assim, escutamos só o tambor e o som das correntes se arrastando pelo asfalto... (E tudo isso no breu e no frio que fazia).

Apesar de ter visto essas procissões, toda essa religiosidade, a semana não foi exatamente santa para mim... Farrei demais com a Donatella (companheira de apê e festas). Saímos praticamente todos os dias, conhecemos uns madrileños numa das noitadas, que nos pagaram bebidas o tempo todo (um deles muito gato, Fernando...). Dançamos, bebemos, saímos de “tapas”, chegamos em casa com a luz do dia, acordamos algumas vezes às 4h da tarde... E etc.
No domingo de páscoa fizemos um almoço na casa de uma amiga da Donatella, também italiana, Maria. Tinha muita comida e, claro, “la pasta”! Passamos o dia todo lá, pois só voltamos pra casa às 2h da manhã (ou da noite, como se diz por aqui).


Multidão na Gran Vía

Procissão dos Ciganos (La Alhambra ao fundo)

Galera animada no Sacromonte

Casa La Sevillana

Almoço de Páscoa com a italianada

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Cap. IV: "Pelas ulicas (ruas) de Zagreb... E Budapeste!"


Dormimos no aeroporto de Berlim, porque nosso vôo pra Zagreb era de manhã cedo, e também aproveitamos pra economizar um dia de albergue. Estávamos cercadas de besteiróis que compramos no supermercado (tudo muito barato, nesse aspecto!). A noite pra mim até que passou rápido, já que eu sempre tirava longos cochilos... Já pra Monique parecia que não ter fim. Mas enfim chegou à hora de fazer o check-in, e lá fomos nós.

Só não sabíamos o que nos estava esperando! Passamos por todos os procedimentos normais, fomos pro nosso portão de embarque, até que... “– Problem brazilien!”... Foi tudo o que conseguimos entender do policial que falava ao telefone (em alemão), depois de ver os nossos passaportes. Depois de muito blá blá blá, chegou outro policial que nos tirou da fila pra fazer umas perguntinhas. O “pro” era: no meu passaporte o visto valia até dezembro, sendo que eu tenho uma carteirinha (tipo DNI) que diz que eu tenho permissão pra ficar até agosto de 2008, porém (tinha que vir um “porém”) eu tinha esquecido a danada no bolso de um casaco, que tava na mala despachada! E não sei por que cargas d’água implicaram com o visto de Monique, que valia até 14 de março (e estávamos em 21 de fevereiro!).

Bom, depois de repetir várias vezes a mesma coisa, de nos deixarem um bom tempo numa sala esperando sabe-se-lá-o-que, e de ver a hora do vôo sair cada vez mais próxima, o policial gente fina (sem ironias) resolveu dar uma “permissão” pra Monique sair da UE e depois voltar, e disse que ia “acreditar em mim”. Fomos as últimas, praticamente, a entrar no avião, mas enfim conseguimos! o/

Chegando lá, o Igor foi nos buscar no aeroporto, e nesse dia estávamos mortas. Monique surtou e não parou de falar um segundo, o dia todo, depois do susto de quase ser deportada! Hehehe!
Zagreb

Depois de dois dias sem fazer muita coisa, alugamos um carro pra ir passear. Fomos conhecer alguns pontos da cidade, essas coisas... Fomos também a uma cidade vizinha, Samobor, só pra comer um doce (muito bom, por sinal). No outro dia seguimos pra Budapeste, já de noite, e “dormimos” no carro mesmo.

A cidade é linda, a língua é muito estranha, a moeda é confusa (eles usam o florint, e pra se ter uma idéia eu saquei uns 10 mil florints... Só que isso não queria dizer que eu tava nadando em dinheiro...), rodamos mais do que paramos nos lugares, já que Igor e Mario viviam se perdendo, (mesmo já tendo ido lá várias vezes), e eles ainda nos levaram pra comer num chinês horrível, só porque eles serviam um prato de pedreiro, auehuehuae! Enfim, foi só uma visitinha, mas valeu muito à pena. Ah! Tomamos banho nas termas também... Tão bom, bem quentinho...
Budapeste

Voltando a Zagreb, fizemos um tour com Igor, que era nosso “guia”, inventando histórias sobre os imperadores húngaros e etc... Conhecemos também a birita local (que eu não sei como se escreve mais se pronuncia “rrrákia”).

Mas as maiores diversões da viagem foram: brincar de gato-mia com 3 pessoas (Igor se superando se escondendo dentro da banheira e Mario roubando, miando do meu lado...), patinar no gelo, tomar uma sapupara “herdada” de Netuh e surtar no parquinho do condomínio, comer Nutella todo dia, aprender um mói de besteiras em croata, andar sozinha com Monique pela cidade, (sem falar a língua e sem os croatas falarem inglês), andar de tramway sem pagar... auehuaeuaehaue!

Pena que eu perdi: o terremoto, a neve e o sorvete de Raffaello! Mas tá valendo...
Música: “Ê ê ele não é de nada oiá, essa cara amarrada (lavada, na versão de Igor)
É só um jeito de viver na piooor...” (Cara Valente – Maria Rita)
Ou: “É, você é uma negão de tirar o chapéu, não posso dar mole senão você créu...”
Hehehehehe!